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Manicuros abrem espaço em território dominado por mulheres

Homens fazem sucesso em alguns dos melhores salões de beleza da capital

Wilton, Johnny e Remmy: clientela fiel e agenda lotada (Leo Martins/Veja SP)

No badalado Salão 1838, nos Jardins, uma cena chama atenção. A brigada de 21 funcionários encarregada de tirar cutículas, pintar e alongar as unhas é quase toda composta de mulheres. A exceção solitária é o paulistano Remmy Forcel, de 30 anos, que atende em média quinze freguesas por dia, a preços que variam de 120 a 350 reais, de acordo com a complexidade.

Ele fatura, mensalmente, perto de 7 000 reais. “Algumas clientes ficam em dúvida se um homem vai conseguir ter a delicadeza necessária para o trabalho”, conta. “Mas, depois que finalizo o atendimento, não querem outra pessoa”, orgulha-se. “O trabalho dele é maravilhoso, bem melhor que o de muitas profissionais por aí”, elogia a empresária Valéria Hiar, 50.

Existem cerca de dez manicuros atuando hoje nos principais salões da capital. Ainda é um número pequeno, mas muito maior que dois anos atrás, quando havia no máximo dois homens nesse território.

Outro destaque da área é o pernambucano João Paulo Soares, 20, conhecido como Johnny Nails. O especialista dá expediente desde março no MG Hair Design, nos Jardins. Cuida de famosas como a artista Sophia Abrahão e a ex-jogadora de basquete Hortência. “Pago cursos de aperfeiçoamento com meus rendimentos”, afirma ele, que faz até dez unhas por dia e ganha 4 000 reais por mês.

Ali perto fica o Eron Araújo Creative Salon, território do maranhense Wilton Carlos, 22. Apesar da pouca idade, trata-se de um veterano no setor. Trabalha na área há seis anos e atende também em sua casa, no Jabaquara, onde montou um salão próprio. Muitos dos donos e gerentes dos estabelecimentos veem o fenômeno de maneira positiva. “Eles atraem clientes pela curiosidade”, acredita Eron Araújo, diretor criativo do Eron Salon.

Os manicuros, no entanto, reclamam que ainda existe preconceito nesse mercado, sobretudo na hora da contratação. “Acabamos contornando a situação ao mostrar um bom serviço”, afirma Wilton Carlos.

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